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Familiares de presos fecham ruas em protesto contra mudança nos horários de visita em presídios do AC


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Familiares dos detentos que cumprem pena nos presídios do Acre fecharam a Avenida Ceará e Rua Marechal Deodoro, no Centro de Rio Branco, em protesto pela mudança nos horários de visitas anunciada pelo Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC).

As ruas foram liberadas por volta das 14h.

No último dia 21, o Iapen-AC comunicou que o tempo de visita vai mudar a partir do dia 1º de abril. Uma das mudanças foi com relação à visita íntima, que não será mais toda semana e sim a cada 15 dias.

Em nota, o Iapen-AC frisou que marcou uma reunião com as famílias na última sexta-feira (22), mas os familiares não apareceram. O órgão frisou que as medidas tomadas são necessárias para garantir a fiscalização na entrada dos presídios.

“Oferecem melhores condições no atendimento dos familiares e fortalecem a segurança de reeducandos, servidores e familiares”, conclui a nota.

Ao G1, a presidente da ONG Nas Mãos de Deus, Natânia de Pardos, afirmou que o ato é para pedir também a exoneração do diretor-presidente do Iapen-AC, Lucas Gomes. Para ela, as medidas adotadas por Gomes prejudicam não somente os detentos, mas também agentes penitenciários e familiares de detentos.

“Fizemos uma manifestação no começo do mês alegando que proibiram a entrada de alguns itens. O governo ficou de dar uma resposta e o que veio da direção do Iapen foi uma nova portaria com a mudança”, afirmou.

Mulheres fecharam duas ruas do Centro contra mudança nos horários de visitas — Foto: Wilamis França/Arquivo pessoal

Mulheres fecharam duas ruas do Centro contra mudança nos horários de visitas — Foto: Wilamis França/Arquivo pessoal

Equipes da Polícia Militar do Acre (PM-AC) estão no local para manter a segurança. Ainda de acordo com Natânia, os familiares não foram consultados sobre as mudanças nos presídios.

“Não fez uma reunião com ninguém, simplesmente definiram, alegando que essa modificação é para que os agentes tirem um horário de almoço e isso não tem embasamento. Sabemos que qualquer órgão público tem escala de horário para que todo servidor público tem um horário de almoço”, alegou.

Sem comida nas visitas

A presidente reclamou também que no horário da visita íntima as visitantes não podem entrar com alimentos. De acordo com a manifestantes, as visitantes vão ficar sem comer por pelo menos quatro horas, até que termina a visita.

“Têm mães que trabalham de segunda a sábado e só têm o domingo para visitar. As visitas vão começar oito horas e não vai entrar um salgado. Nem a marmita do preso vamos ter acesso, porque entra meio-dia. Vamos ficar quatro horas esperando para manter uma relação sexual sem direito a comer um salgado, beber um refrigerante”, criticou.

Cerca de 40 a 50 familiares de presos do Complexo Prisional Francisco d’Oliveira Conde (FOC) e de unidades do interior do Acre participam do ato. A expectativa é que mais visitantes participam do protesto na parte da tarde.

“Queremos a presença de alguém que possa resolver nossa situação. Pedimos ao governador que ajude a população, escolha pessoas que queiram trabalhar em prol da população. Lucas é o tipo de agente penitenciário que tira parentes lá de dentro. A população acreana depositou a confiança pensando na mudança”, concluiu.

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